LEVANTAMENTO DAS EPÍFITAS PRESENTES NA ARBORIZAÇÃO URBANA NA ORLA DA PRAIA DE SANTOS - SP Gabriel Henrique Marin, Thaina Alves de Brito, Ana Beatriz Pereira da Silva, Ana Beatriz Pereira da Silva, Ana Flavia Pereira da Silva, Paulo de Salles Penteado Sampaio

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Resumo

Epífitas são plantas que germinam e se fixam em outras plantas para capturar luz, sem parasitá-las. Apesar de representarem 10% de toda a flora vascular mundial, com cerca de 29.000 espécies, os estudos abordando as epífitas em áreas naturais e urbanas ainda são escassos. As epífitas contribuem incrementando os corredores verdes em ciclovias, praças e calçadas, aumentando a biodiversidade nativa na área urbana. O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento quali-quantitativo das epífitas presentes na arborização da orla da praia de Santos/SP. O levantamento das espécies de epífitas, seus forófitos e coleta de dados foi realizado entre os meses de junho a setembro na orla da cidade de Santos. Foram selecionadas 10 árvores em cada canal (1 a 7), num total de 70, sendo 5 de cada lado e sempre próximas à areia da praia. Neste estudo foram amostradas 157 epífitas pertencentes a 10 espécies, 6 gêneros e 3 famílias presentes nos 70 forófitos; dos quais 68 indivíduos (97%) foram a Terminalia catappa (chapéu-de-sol), 1 a Cycas circinalis e 1 o Cocos nucifera (coqueiro). Nas epífitas Bromeliaceae apresentou a maior diversidade com 5 espécies (Aechmea nudicaulis, Tillandsia gardneri, Tillandsia stricta, Vriesea philippocoburgii e Vriesea rodigasiana); Polypodiaceae 4 espécies (Microgramma crispata, Microgramma vacciniifolia, Pleopeltis hirsutíssima e Pleopeltis pleopeltifolia) e Cactaceae uma (Rhipsalis teres). Rhipsalis teres apresentou maior número de ocorrências (88%); seguida da Microgramma vacciniifolia (77%). O canal com maior diversidade e abundância foi o canal 7, com 8 espécies (80% do total) e 50 registros (32% do total). Quanto à distribuição vertical observamos que a maioria dos registros se deu entre dois e oito metros de altura nos forófitos, sendo menos comuns abaixo dos dois metros. As espécies Microgramma vacciniifolia e Rhipsalis teres, apresentaram a maior faixa de distribuição, ocupando desde regiões mais baixas até as mais elevadas.


Quanto à localização no forófito, observamos que os ramos das árvores que são aqueles que ficam das ramificações secundárias ao ápice foi a região de preferência para fixação das epífitas com 100% das espécies (10) ocorrendo nesta região. Não houve relação entre o DAP e altura do forófito com a diversidade de espécies. Todas as espécies de epífitas são nativas do Brasil, possuindo ampla distribuição geográfica; sendo 4 delas endêmicas do país (Vriesea philippocoburgii, Vriesea rodigasiana, Pleopeltis pleopeltifolia e Rhipsalis teres). Encontramos 8 espécies anemocóricas (80%) e 2 zoocóricas (20%). Forófitos expostos ao oceano aberto ao longo da baía de Santos apresentaram menor diversidade de espécies de epífitas em comparação com aqueles localizados na zona estuarina. Esta região onde se encontra o canal 7, protegida da ação dos ventos e spray marinho pela posição da ilha de Santo Amaro logo a frente, revelou uma maior abundância e diversidade de epífitas. Rhipsalis teres e Microgramma vacciniifolia demonstraram maior resistência aos fatores ambientais da orla da praia, sendo as únicas espécies presentes em todos os canais.

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Artigos