USO TERAPÊUTICO DA IVERMECTINA PARA O TRATAMENTO PRECOCE DA COVID-19 Leila Romão Capitani dos Santos, José Eduardo Pandini Cardoso Filho
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Resumo
Foram muitos os desafios enfrentados na pandemia causada pela Covid-19, como a rápida propagação do SARS-CoV-2 (coronavírus tipo 2 da síndrome respiratória aguda grave) e o surgimento de novas variantes. Isso levou a OMS (Organização Mundial da Saúde) a decretar estado de emergência em saúde pública, permanecendo assim até que, em razão dos altos níveis de anticorpos adquiridos pela população, através das vacinas ou naturalmente (por pacientes infectados com o coronavírus previamente), houve uma redução no número de casos e de mortes, fazendo com que a OMS retirasse a Covid-19 do estado de emergência. Contudo, embora em menor intensidade, o vírus continuará circulando, havendo a possibilidade do surgimento de novas variantes, cujos anticorpos adquiridos pela população podem ser ineficazes, evidenciando a importância de identificar fármacos acessíveis, seguros e eficazes contra o vírus. Assim, a ivermectina se apresenta como uma forte candidata, pois além de ser acessível e apresentar um ótimo perfil de segurança, possui ação antiviral e anti-inflamatória. Seus efeitos potenciais ocorrem na fase de replicação viral, portanto, deve ser utilizada o mais precocemente possível. Isto posto, realizou-se a presente revisão de literatura para avaliar os estudos randomizados disponíveis na plataforma de base de dados do site PubMed, que buscaram de alguma forma avaliar a eficácia da ivermectina para o tratamento precoce para a Covid-19. Um total de 4 artigos atendendo aos requisitos metodológicos foram incluídos, totalizando 1381 pacientes com sintomas leves a moderados, por até 7 dias antes da randomização e com Covid-19 confirmado pelo exame de RT-PCR. Os estudos apresentaram limitações importantes, principalmente quanto a dose, que foi inferior a recomendada e quanto ao público jovem com poucas comorbidades, perfil que costuma se recuperar naturalmente. Ainda assim, a ivermectina esteve em vantagem na maioria dos desfechos, em comparação com o placebo. Além disso, o fármaco foi capaz de reduzir a carga viral e a viabilidade da cultura com significância estatística, comprovando a sua atividade anti-SARS-CoV-2 expressa in vitro. Por estas razões, o presente estudo avaliou que o uso da ivermectina para o tratamento precoce da Covid-19 é benéfico, mas pontua a importância de novos estudos bem estruturados, com doses superiores de ivermectina e início do tratamento o mais precocemente possível, a fim de avaliar melhor o seu potencial farmacológico.